Informativo de Mercado, Segunda-feira – 14 de Agosto de 2023

Bom dia, a Bolsa de Chicago opera mista com o mercado repercutindo o relatório do USDA da última sexta-feira.

O USDA divulgou na sexta-feira o relatório de Estimativas de Oferta e Demanda Agrícola Global (WASDE), com projeção de menores estoques finais para a soja e milho 2023/24 dos EUA. Com redução na produtividade da soja de 52 bushels por acres (bpa) para 50,9 bpa, a estimativa de produção recuou de 117 milhões para 114,45 milhões de toneladas. A projeção para as exportações também foram reduzidas, de 50,35 milhões para 49,67 milhões de toneladas. Com isso os estoques finais passaram de 8,16 milhões para 6,67 milhões de toneladas. No milho a produtividade foi cortada de 177,5 bpa para 175,1 bpa, reduzindo a estimativa de produção de 389,15 milhões para 383,83 milhões de toneladas. A estimativa de exportação também foi reduzida, de 53,34 milhões para 52,07 milhões de toneladas. Ainda assim os estoques finais recuaram de 57,45 milhões para 55,94 milhões de toneladas.

Na safra do Brasil o USDA elevou somente a estimativa de produção de milho da safra atual, que passou de 133 milhões para 135 milhões de toneladas. A safra de soja 2022/23 segue estimada em 156 milhões de toneladas. Para a safra 2023/24 a estimativa de produção de soja é de 163 milhões de toneladas e a de milho em 129 milhões de toneladas.

As estimativas para a safra da Argentina ficaram inalteradas neste relatório, com a safra atual de soja projetada em 25 milhões de toneladas e a de milho em 34 milhões de toneladas. A safra 2023/24 deve se normalizar, com a safra de soja projetada em 48 milhões de toneladas e a de milho em 54 milhões de toneladas.

No quadro de oferta e demanda de China o USDA elevou a estimativa de importação de soja 2022/23 em 1 milhão de toneladas, para 100 milhões de toneladas.

A colheita do milho 2022/23 no Mato Grosso está praticamente finalizada, com 98,83% colhido até sexta-feira, contra 99,97% do mesmo período do ano passado e 99,53% da média dos últimos 5 anos, segundo o IMEA. Com produtividade média de 113,52 sacas por hectare, a produção desta safra deve chegar a 51,03 milhões de toneladas, 7,19 milhões de toneladas a mais na comparação com a safra anterior.

O dólar opera em alta frente a outras moedas. A inflação ao produtor dos EUA medida pelo Índice de Preços ao Produtor (PPI) aumentou 0,3% em julho, com ajuste sazonal, segundo o Departamento de Estatísticas Trabalhistas (BLS). Os preços de demanda finais ficaram inalterados em junho e caíram 0,3% em maio. Sem ajustes, o índice de demanda final avançou 0,8% nos 12 meses encerrados em julho. Em julho, o aumento dos preços de demanda final foi liderado pela alta de 0,5% no índice de serviços de demanda final. Os preços dos bens de demanda final subiram 0,1%. O índice de demanda final menos alimentos, energia e serviços comerciais subiu 0,2% em julho, o maior aumento desde o aumento de 0,3% em fevereiro. Nos 12 meses encerrados em julho, os preços da demanda final menos alimentos, energia e serviços comerciais avançaram 2,7%.

No Brasil o dólar inicia a semana em alta. Na sexta-feira a moeda subiu 0,44%, a R$ 4,9035, acumulando alta de 0,59% na semana. A inflação oficial do Brasil medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi de 0,12% em julho, 0,20 ponto percentual (p.p.) acima da taxa de junho (-0,08%), segundo o IBGE. No ano, o IPCA acumula alta de 2,99% e, nos últimos 12 meses, de 3,99%, acima dos 3,16% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em julho de 2022, a variação havia sido de -0,68%. Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, cinco tiveram alta em julho. O maior impacto (0,31 p.p) e a maior variação (1,50%) vieram de Transportes. No lado das quedas, destacam-se os grupos Habitação (-1,01% e -0,16 p.p.) e Alimentação e bebidas (-0,46% e -0,10 p.p.). Os demais grupos ficaram entre o -0,24% de Vestuário e o 0,38% de Despesas pessoais.

As bolsas globais iniciam a semana em alta após a última semana de perdas.

Os futuros do petróleo recuam com a alta nos estoques dos EUA e as incertezas com a economia chinesa pressionando as cotações.

No Brasil, tempo chuvoso em parte do Centro-Sul nesta semana.

Previsão de Precipitação Brasil, 7 dias, em milímetros.

Na Argentina, tempo chuvoso na porção leste do país nesta semana.

Previsão de Precipitação Argentina, 7 dias, em milímetros.

Nos EUA, tempo chuvoso em parte do Meio-Oeste nesta semana.

Previsão de Precipitação EUA, 5 dias, em polegadas.

Prêmios *referente ao dia anterior

Paranaguá

Golfo do México – EUA

Planta nativa do Brasil tem canabidiol e não causa efeito psicoativo

Testes apontaram que as frutas e flores da planta Trema micrantha blume contêm canabidiol, mas não o ingrediente psicoativo da maconha

Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Bruno Capozzi, Olha Digital

Uma descoberta brasileira pode alterar os rumos do uso do canabidiol na medicina. Testes realizados pelo biólogo molecular brasileiro Rodrigo Moura Neto apontam para uma planta que é fonte abundante de CBD, mas sem as típicas complicações da cannabis, considerada ilegal em muitos lugares do mundo.

Com canabidiol, mas sem THC

Os testes são realizados no Rio de Janeiro com a planta Trema micrantha blume, nativa das Américas e muitas vezes considerada uma erva daninha.

O biólogo brasileiro descobriu recentemente que as frutas e flores dessa planta contêm um dos princípios ativos da maconha: o canabidiol, que tem se mostrado promissor como tratamento para condições como epilepsia, autismo, ansiedade e dor crônica.

Além disso, os estudos indicam que ela não contém o ingrediente psicoativo da maconha, o tetrahidrocanabinol ou THC. “Foi maravilhoso encontrar uma planta com CBD, mas sem THC, porque você evita toda a bagunça em torno de substâncias psicotrópicas. Isso significa que o potencial é enorme”, afirmou Rodrigo Moura Neto em entrevista à AFP.

A equipe de pesquisadores, composta por 10 membros, ganhou recentemente uma doação pública de US$ 104 mil, cerca de R$ 500 mil, para expandir o projeto, que agora identificará os melhores métodos para extrair o CBD da Trema micrantha blume. Em seguida, eles estudarão a eficácia da substância como substituto da maconha medicinal.

Descoberta pode acabar com as polêmicas

A cannabis, domesticada pela primeira vez na China há mais de 10 mil anos, é cultivada há milênios para aprimorar seus efeitos medicinais e de alteração da mente.

Mas o uso da maconha medicinal é polêmico, inclusive no Brasil, onde pacientes têm entrado na Justiça para ganhar o direito de utilizar a substância.

Embora haja uma legislação no Congresso para tratar do assunto, o cultivo continua ilegal no país, obrigando a importação do produto.

O mercado global do canabidiol vem crescendo ano após ano. Em 2022, foi estimado em quase US$ 5 bilhões. E a empresa de análise Vantage Market Research projeta que crescerá para mais de US$ 47 bilhões até 2028, impulsionada principalmente pelo uso de saúde e bem-estar.

Com informações da PHYS.ORG.

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