Informativo de Mercado, Sexta-feira – 25 de Fevereiro de 2022

Bom dia, a Bolsa de Chicago recua acompanhando a baixa geral das commodities em dia de realização de lucros, enquanto os traders seguem de olho no conflito entre a Rússia e Ucrânia.

O USDA divulgou ontem as projeções de área para a nova safra dos EUA. Em seu Fórum de Perspectivas Agrícolas 2022 o USDA estimou que os agricultores norte-americanos devem aumentar a área semeada combinada de soja, milho e trigo nesta safra, para 228 milhões de acres, de 227,3 milhões da safra anterior. A área de soja deve crescer de 87,2 milhões para 88 milhões de acres, a de trigo deve subir de 46,7 milhões para 48 milhões de acres, enquanto a área de milho deve cair para 92 milhões de acres, de 93,4 milhões da safra anterior.

A perspectiva para a soja 2022/23 dos EUA é de maior oferta, exportação, esmagamento e estoques finais mais baixos. A oferta de soja é projetada em 4,8 bilhões de bushels, ligeiramente acima de 2021/22 em estoques iniciais e produção. A produção de soja está projetada em 4,5 bilhões de bushels, 1% acima de 2021, com maior área plantada representando a maior parte do aumento. As exportações de soja para 2022-23 são projetadas em 2,15 bilhões de bushels, um aumento de 100 milhões em relação à previsão de 2021-22.

A perspectiva do milho dos EUA para 2022/23 é de produção levemente maior, maior uso doméstico, exportações mais baixas e estoques finais mais altos. A safra de milho é projetada em um recorde de 15,240 bilhões de bushels, cerca de 1% acima do ano anterior, com a queda na área sendo mais do que compensada por um aumento na produtividade.

As lavouras de soja 2021/22 da Argentina se encontram com 28% em condições regulares ou ruins, equivalente a 5,2 milhões de hectares, segundo a Bolsa de Cereales de Buenos Aires. A ausência de chuvas no centro da área agrícola continuam afetando o cultivo, enquanto chuvas registradas no norte da área agrícola melhoraram a umidade do solo durante a última semana.

A colheita do milho 2021/22 na Argentina avança lentamente, com 3,2% colhido, registrando avanço na semana de 1,4 ponto percentual. A estimativa de produção segue em 51 milhões de toneladas.

O dólar opera com leve baixa frente a outras moedas. A economia dos EUA cresceu a uma taxa anualizada de 7% no quarto trimestre de 2021, de acordo com a segunda estimativa do Departamento de Análises Econômicas (BEA). No terceiro trimestre, o PIB real aumentou 2,3%. A estimativa do PIB divulgada hoje é baseada em dados de fonte mais completos do que estavam disponíveis para a estimativa preliminar divulgada no mês passado. Na estimativa antecipada, o aumento do PIB real foi de 6,9%. As estimativas atualizadas refletiram principalmente revisões para cima do investimento fixo não residencial, gastos do governo estadual e municipal e investimento fixo residencial que foram parcialmente compensados ​​por revisões para baixo nos gastos com consumo pessoal.

No Brasil a moeda recua após a forte alta da véspera. Ontem o dólar subiu 2,02%, a R$ 5,1047, após invasão russa na Ucrânia. A taxa de desemprego no Brasil foi de 11,1% no quarto trimestre de 2021, caindo 1,5 ponto percentual (p.p.) em relação ao trimestre de julho a setembro de 2021 (12,6%) e 3,0 p. p. frente ao mesmo trimestre de 2020 (14,2%), segundo o IBGE. Já a taxa média anual caiu de 13,8% em 2020 para 13,2% em 2021. Ante o trimestre anterior, a taxa de desocupação recuou em 15 unidades da federação, com estabilidade nas demais. No 4° trimestre de 2021, a taxa composta de subutilização (percentual de pessoas desocupadas, subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas e na força de trabalho potencial em relação a força de trabalho ampliada) foi de 24,3%.

As bolsas globais sobem recuperando parte do recuo da véspera.

Os futuros do petróleo operam com leve alta após atingir os US$100 do dia anterior. Ontem as cotações do petróleo tiveram forte volatilidade, com o WTI chegando a bater nos US$100,05 na máxima do dia após ataque da Rússia à Ucrânia, e encerrando o dia nos US$92,80.

Os estoques de petróleo bruto dos EUA subiram 4,515 milhões de barris na semana encerrada no dia 18 de fevereiro, para 419,520 milhões de barris, segundo a Agência de Informação de Energia (EIA). A alta veio bem maior do que a esperada, que era de 500 mil barris no período.

No Brasil, tempo chuvoso em parte do país até a próxima semana.

Previsão de Precipitação Brasil, 7 dias, em milímetros.

Na Argentina, tempo chuvoso no Nordeste do país até a próxima semana.

Previsão de Precipitação Argentina, 7 dias, em milímetros.

Prêmios *referente ao dia anterior

Paranaguá

Golfo do México – EUA

Maior inimigo de aviões hipersônicos: gotas de chuva

Por Ronnie Mancuzo, editado por Fábio Marton, Olhar Digital

Uma única gota de chuva pode criar uma carga igual ao peso de um elefante quando se encontra com uma aeronave hipersônica voando em Mach 8 (oito vezes a velocidade do som). É basicamente uma bala em direção ao avião, e potencialmente pode acabar com o voo, o avião e o piloto.

A explicação é do doutor em engenharia aeroespacial Michael Kinzel, professor assistente do Departamento de Engenharia Mecânica e Aeroespacial da Universidade da Flórida Central (UFC). Kinzel está trabalhando em uma pesquisa dedicada ao estudo do impacto das gotas de chuva em aeronaves e foguetes hipersônicos, que pode ser tão prejudicial quanto os inimigos convencionais.

A viagem hipersônica é particularmente interessante para a Força Aérea dos EUA, que tem apoiado ativamente vários projetos neste campo. Os desenvolvimentos vão desde foguetes hipersônicos até aeronaves de carga que podem transportar suprimentos essenciais em velocidades muito altas, em qualquer lugar do mundo.

O projeto do qual Kinzel é co-investigador está orçado em US$ 1 milhão (cerca de R$ 5,2 milhões hoje) sendo financiado pelo Escritório de Pesquisa Científica da Força Aérea dos EUA e liderado pela Universidade de Boston. Kinzel e o doutor em engenharia mecânica Subith Vasu, que também é professor do departamento do UFC, trabalharão em conjunto com a equipe da Universidade de Boston.

Estudando o impacto natural

Kinzel trabalhará para modelar os efeitos das gotas de chuva em viagens hipersônicas usando simulações de computador. Vasu, por sua vez, realizará experimentos usando um tubo de choque para estudar os efeitos das ondas de choque hipersônicas em gotículas, como comportamento e escala de tempo de separação. Instalações de teste exclusivas combinadas com sistemas de diagnóstico óptico e a laser de última geração serão usadas para entender a interação de gotículas e ondas de choque, diz Vasu.

A enorme quantia em dinheiro (além dos três anos dedicados ao estudo do impacto das gotas de chuva em aeronaves e foguetes hipersônicos) se justifica. Por causa das velocidades hipersônicas (Mach 5 e superior), colidir com gotas de chuva pode causar sérios danos às aeronaves desenvolvidas em alta tecnologia e a custos estratosféricos. Os dados coletados com a pesquisa serão usados ​​para melhorar o design de veículos hipersônicos e para prever quando eles devem voar.

Basicamente, os pesquisadores querem determinar as maneiras mais seguras que as viagens hipersônicas podem ser conduzidas através da chuva, bem como a melhor maneira de projetar esses veículos, para integridade estrutural. O foco está na melhoria da precisão dos foguetes hipersônicos lançados em condições de chuva ou fortes tempestades, de acordo com Kinzel, mas as aplicações serão muito mais amplas, incluindo a exploração espacial.

Imagem: Conceito de aeronave hipersônica/Daniel Rosato, UCF

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