Bom dia, a Bolsa de Chicago opera mista neste início de semana, com soja e derivados em alta, milho e trigo em baixa. Forte alta nos futuros do petróleo dão suporte às cotações.

O USDA divulga hoje o relatório de andamento de safra dos EUA. Espera-se em torno de 25-30% de plantio na soja contra 32% da média dos últimos 5 anos e 60-60% de plantio no milho contra 74% da média.

O NOPA divulga hoje o relatório de esmagamento de soja de abril nos EUA. Expectativa de processamento de 145,7 milhões de bushels, contra 153 milhões de março e 147,6 milhões de abril de 2016. Os estoques de óleo de soja estão estimados em 1,78 bilhão de libras-peso, contra 1,81 milhão de março e 1,94 milhão do mesmo mês do ano passado.

A Informa Economics estima área plantada de soja 2017/18 nos EUA em 89,7 milhões de acres contra 89,5 milhões da estimativa do USDA e 89,7 milhões de acres no milho contra 90 milhões do USDA.

Os fundos reduziram as posições vendidas na soja e trigo, e aumentaram as posições vendidas no milho na semana encerrada no dia 9. Os fundos compraram 13.332 contratos de soja, reduzindo as posições vendidas para 34.335 mil posições. Já no milho, os fundos venderam 24.012 contratos, aumentando as posições vendidas para 208.642 contratos. No trigo, os fundos compraram 16.746 contratos, para 107.892 posições vendidas.

O dólar opera em baixa frente a outras moedas. Na sexta-feira, dados de inflação ao consumidor e vendas no varejo decepcionaram, fazendo a moeda cair frente a outras divisas. A inflação ao consumidor dos EUA, medido pelo índice de preços ao consumidor (CPI) teve alta de 0,2% em abril, segundo o Departamento de Trabalho, em linha com o esperado. Já o núcleo do CPI, que exclui itens voláteis, teve alta de 0,1%, abaixo das expectativas de 0,2% esperados. Em 12 meses o CPI recuou de 2,4% em março para 2,2% em abril, enquanto as expectativas estava em uma queda menor. O núcleo do CPI acumula alta de 1,9% em 12 meses. As vendas do comércio varejista dos EUA subiram 0,4% em abril ante março, ajustado sazonalmente, segundo o Departamento de Comércio. O número ficou abaixo das expectativas do mercado, que previam ao menos 0,6% de crescimento. O núcleo do setor registrou alta de 0,3%, abaixo as expectativas de 0,5%. Na comparação anual as vendas subiram 4,5%.

No Brasil, a moeda abriu baixa de 0,5% e agora vale R$3,1005, -0,77% (10h20). O Banco Central segue sem anunciar intervenções no mercado cambial. Em junho vencem
US$4,435 bilhões em swap cambial tradicional. O presidente Michel Temer afirmou hoje que o governo só levará a reforma da Previdência ao plenário da Câmara dos Deputados quando tiver de 320 a 330 votos garantidos, o que espera acontecer até a última semana de maio. Para a proposta ser aprovada, a medida precisa de pelo menos 308 votos. Na sexta-feira, a moeda caiu 0,63%, a R$3,124, recuando 1,63% na semana.

O Índice de Atividade Econômica do Banco Central, o IBC-Br, considerado uma prévia do PIB, teve queda de 0,44% em março ante fevereiro, em dados dessazonalizados, acumulando alta de 1,12% no primeiro trimestre de 2017 ante o último de 2016, sinalizando uma recuperação econômica.

O Banco Central divulgou na manhã de hoje boletim de mercado Focus. Expectativa do mercado para a inflação deste ano caiu abaixo de 4% pela primeira vez no ano. A expectativa para a inflação de 2017 passou de 4,01% para 3,93%, a expectativa para o crescimento da economia passou de 0,47% para 0,50%. O dólar deve terminar o ano em R$3,25 e a meta da taxa Selic em 8,5% ao ano. Para 2018, a expectativa para o IPCA caiu de 4,39% para 4,36% e a expectativa para o crescimento do PIB permaneceu em 2,5%. O dólar deve terminar 2018 em R$3,36 e a meta da taxa Selic nos mesmos 8,5% de 2017.

As bolsas asiáticas fecharam majoritariamente em alta após dados mistos da economia chinesa. O restante das bolsas mundiais operam sem sentido único um dia após o novo presidente francês, Emmanuel Macron, assumir o posto.

Os futuros do petróleo operam com alta de quase 3% nesta segunda-feira após Arábia Saudita e Rússia afirmarem que o acordo no corte de produção de petróleo deva continuar até meados de 2018. A próxima reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) ocorre no dia 25 deste mês, em Vienna, Áustria.

A produção industrial chinesa registrou expansão anual de 6,5% em abril, após avanço de 7,6% em março, segundo dados do Escritório Nacional de Estatísticas. O resultado ficou abaixo das expectativas do mercado, que previam crescimento de 7,1%. Na comparação mensal, a produção industrial teve alta de 0,56% em abril, depois de subir 0,83% em março. Já as vendas no varejo cresceram 10,7% em abril ante igual mês do ano passado, após alta de 10,9% em março. Na comparação mensal, houve alta de 0,79% em abril, após aumento de 0,84% observado em março.


CLIMA

 

No Brasil, semana chuvosa entre o PR, MS e SP. Uma massa de ar frio entre o Chile e Argentina deixa as temperaturas mais baixas no Centro-sul.

Previsão de Precipitação Brasil, 7 dias, em milímetros.

Previsão de Desvio de Precipitação Brasil, 7 dias, em milímetros.

Na Argentina, uma massa de ar frio deixa o tempo predominantemente seco nesta semana.

Previsão de Precipitação Argentina, 7 dias, em milímetros.

Previsão de Desvio de Precipitação Argentina, 7 dias, em milímetros.

Precipitação Observada Argentina, 24 horas, em milímetros.

Nos EUA, semana chuvosa em todo o Meio-oeste, atrapalhando o andamento do plantio da soja e milho, que já estão atrasadas.

Previsão de precipitação EUA, 5 dias, em polegadas.

As temperaturas ficam abaixo da média em todo o Meio-oeste.

Precipitação Observada EUA, 24 horas, em milímetros.

Precipitação Observada EUA, 7 dias, em milímetros.


PRÊMIOS

 

Paranaguá

Golfo do México – EUA


MATÉRIA DO DIA

 

Como uma simples planta curou as feridas de milhares de soldados na 1ª Guerra Mundial
de BBC Brasil


CHRISTIAN FISCHER
Esfagno, tipo de musgo, pode absorver e reter até 20 vezes o equivalente a seu peso em água

O ano era 1916. Crescia o número de soldados feridos na 1ª Guerra Mundial e o algodão – usado para tratá-los – começava a ficar escasso nas trincheiras dos Países Aliados. Foi quando um cirurgião e um botânico escoceses redescobriram as propriedades de uma simples planta, que acabou sendo usada em larga escala pelo Reino Unido para tratar os feridos em combate.
Trata-se do sphagnum, tipo de musgo conhecido pelo nome de esfagno.
Algumas espécies de esfagno seco podem absorver e reter até 20 vezes o equivalente a seu peso em água… ou em sangue.
Os especialistas do Exército perceberam que a planta era duas vezes mais absorvente que o algodão e, em dois anos, o Reino Unido, que produzia 200 mil bandagens de esfagno por mês em 1916, passou a produzir um milhão em 1918.

WELLCOME COLLECTION
Na 1ª Guerra Mundial, foram produzidas ataduras de diversos materiais, mas as de esfagno (abaixo à esquerda), eram consideradas as mais eficazes

Em seguida, as bandagens foram enviadas para mais de 50 hospitais de campanha em diferentes pontos da frente de batalha, como Alexandria, no Egito, de acordo com relatos da época.
Na verdade, o cirurgião Charles Walker Cathcart e o botânico Isaac Bayley Balfour não fizeram nada além de redescobrir algo que povos antigos já usavam para curar feridas de soldados há 1.000 anos.
Os alemães, inimigos na guerra, também adotavam o recurso desde o início dos combates, em 1914.
Mas o Reino Unido deu início a uma operação em larga escala sem precedentes.
‘Dever patriótico’
O musgo de esfagno é uma planta não-vascular (que não apresenta mecanismos de condução de fluidos) que se desenvolve especialmente em climas úmidos e frios.
Cathcart e Balfour fizeram testes até concluir que duas espécies – sphagnum papillosum e palustre – eram consideradas as melhores para estancar sangramentos e ajudar a curar feridas.
Ambas cresciam em abundância na Escócia, Irlanda e Inglaterra, onde um pequeno exército de voluntários – formado em sua maioria por mulheres e crianças – se reunia para colher e secar as plantas, que seriam usadas posteriormente em ataduras e compressas.
De acordo com a historiadora britânica Thelma Griffiths, era um trabalho árduo. O musgo é encontrado no entorno de riachos e pequenos lagos e em regiões pantanosas. Eram coletados em sacos, que depois eram pisoteados para extrair a água.
“As mulheres deviam sentir frio e estar encharcadas, arrastando suas saias longas molhadas”, afirmou Griffiths à BBC.
“Mas acreditavam que era um dever patriótico”, completou.
Esse batalhão de voluntários logo se espalhou pelos Estados Unidos e Canadá.

Duas propriedades impressionantes
Durante a guerra, centenas de feridos chegavam de uma vez só, sendo necessário atendimento rápido para evitar infecção

A capacidade do esfagno em absorver água como uma esponja se deve a sua estrutura celular – 90% do volume de suas folhas são formados por células mortas, cuja função é exatamente armazenar água.
Essas ataduras pouparam muitos esforços. Por serem mais absorventes, não precisavam ser trocadas com tanta frequência, o que significava menos trabalho para a equipe médica e menos dor para os pacientes.
Mas, além da impressionante capacidade de absorção, o esfagno tinha outra enorme vantagem sobre o algodão, que também era mais caro: propriedades antissépticas.
As células do esfagno têm a capacidade de diminuir o pH do ambiente a seu redor, tornando-o ácido o suficiente para inibir a proliferação de colônias de bactérias.
Essa propriedade tinha um valor inestimável em tempos de guerra, quando médicos e enfermeiros do Exército travavam uma batalha particular contra a infecção de feridas, que muitas vezes levava à amputação de membros ou à morte de soldados por sepse.
Assim, as ataduras e compressas de musgo permitiam, de forma natural, a criação de um ambiente esterilizado em torno da lesão, que era curada com mais facilidade.

Simplesmente um musgo
Com o fim da guerra, a demanda por ataduras diminuiu, e o exército de voluntários desapareceu.
O trabalhoso processo de produção deixou de valer a pena e as compressas deixaram de ser usadas.
Apesar de terem sido produzidos em pequena escala na 2ª Guerra Mundial, os curativos de esfagno voltaram para o reduto da medicina alternativa. E por ali ficaram.
Atualmente, a planta é usada na horticultura e como biocombustível, mas não salva mais vidas.


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