Bom dia, a Bolsa de Chicago opera mista nesta sexta-feira, após o relatório de oferta e demanda do USDA do dia de ontem.
Fundos vendedores ontem estimados em: 10.000 contratos de soja; 10.000 contratos de milho; 4.500 contratos de farelo de soja; 500 contratos de óleo de soja. Fundos compradores ontem estimados em 10.000 contratos de trigo.
O USDA manteve inalterado os estoques finais de soja 2016/17 dos EUA em 420 milhões de bushels, enquanto o mercado esperava leve corte. Os números da safra de soja do Brasil e China ficaram inalterados. A estimativa da produção de soja da Argentina passou de 57 milhões para 55,5 milhões de toneladas. Os analistas esperavam corte maior. No Milho, o USDA reduziu os estoques finais de milho 2016/17 dos EUA de 2,355 bilhões para 2,32 bilhões de bushels, dentro das expectativas do mercado. A safra Sul-americana não sofreu alterações, com a safra brasileira estimada em 86,5 milhões de toneladas e exportações de 28 milhões de toneladas, e a safra da Argentina com produção de 36,5 milhões de toneladas e 25 milhões em exportações. Os estoques finais de milho 2016/17 da China foi reduzido de 106,31 milhões de toneladas para 102,31 milhões de toneladas.
O dólar opera em alta frente a outras moedas. Ontem o presidente dos EUA, Donald Trump, prometeu fazer um grande anúncio “fenomenal” sobre impostos e infraestrutura aeroviária nas próximas semanas. Ontem um tribunal federal de apelações dos EUA manteve por unanimidade a suspensão temporária do decreto de Trump de restringir a entrada de viajantes de sete países de maioria muçulmana.
Ontem o Banco do México se antecipou às medidas de Trump e elevou a taxa básica de juros de 5,75% para 6,25%, pela possibilidade que as políticas dos EUA dificultem o comércio e investimentos no país.
No Brasil a moeda abriu com leve alta e agora vale R$3,1133, -0,44% (11h). O Banco Central não interveio no mercado de câmbio nesta semana. A moeda segue travada no patamar entre R$3,10 e R$3,14 desde a última semana. Ontem a moeda fechou com alta de 0,32%, a R$3,1299.
As bolsas asiáticas fecharam em alta, com maior alta semanal do ano. As bolsas europeias e índices futuros dos EUA e Brasil operam em alta. Ontem o Ibovespa fechou com alta de 0,2%, aos 64.964 pontos.
Ontem os principais índices dos EUA renovaram máximas históricas no dia de ontem. O índice Dow Jones subiu 0,59%, a 20.172 pontos, o S&P 500 subiu 0,58%, a 2.307 pontos, e o Nasdaq subiu 0,58%, a 5.715 pontos.
Os futuros do petróleo seguem em alta após relatório da Agência Internacional de Energia mostrar que a OPEP reduziu a produção diária de petróleo em 1 milhão de barris em janeiro, o que corresponde a 90% da meta de corte acordada no ano passado.
As exportações da China avançaram 7,9% em janeiro, segundo dados da Administração Geral de Alfândega do país. Em dezembro, as exportações haviam recuado de 6,1%. O resultado veio bem acima das expectativas dos analistas, que previam crescimento de 3,1%. As importações chinesas subiram 16,7% na comparação anual de janeiro, após subirem 3,1% em dezembro. A variação também ficou bem acima da projeção do mercado, de alta de 10%. O superavit comercial da China passou de US$ 40,82 bilhões em dezembro para US$ 51,35 bilhões em janeiro.
Os pedidos iniciais de auxílio-desemprego nos EUA caíram 12 mil na semana encerrada em 4 de fevereiro, para 234 mil, após ajustes sazonais, segundo o Departamento do Trabalho. O resultado veio melhor que a previsão de analistas, que estimavam alta para 248 mil. A média móvel nas últimas quatro semanas caiu 3.750 mil, para 244.250, o menor nível desde novembro de 1973.
CLIMA
No Brasil, um sistema de baixa pressão provoca chuvas no Sul nos próximos dias. Chuvas de grande volume para o Matopiba.
Previsão de Precipitação Brasil, 7 dias, em milímetros.
Previsão de Desvio Precipitação Brasil, 7 dias, em milímetros.
Na Argentina, um sistema de baixa pressão provoca fortes chuvas nos próximos dias no norte do país.
Previsão de Precipitação Argentina, 7 dias, em milímetros.
Previsão de Desvio de Precipitação Argentina, 7 dias, em milímetros.
Precipitação Observada Argentina, 24 horas, em milímetros.
PRÊMIOS
Paranaguá
Golfo do México – EUA
MATÉRIA DO DIA
A brecha de segurança no código de reserva aérea que expõe dados pessoais de passageiros
Lucía Blasco Da BBC Mundo
Reservar um voo pela internet é simples, mas não necessariamente seguro em relação à privacidade.
Comprar uma passagem área pela internet está cada dia mais fácil. É preciso apenas selecionar o trajeto e a data, preencher seus dados, efetuar o pagamento e clicar na opção de “reservar voo”.
A partir deste momento, tudo fica gravado num código que é enviado por e-mail e que garante a sua reserva. Fácil assim.
Este código alfanumérico de cinco ou seis dígitos é fundamental. Os especialistas o chamam de PNR – o acrônimo em inglês de Passenger Name Record (registro de nome de passageiro, na tradução em português) -, mas ele armazena muito mais do que apenas os dados do voo.
“Qualquer pessoa que tirar uma foto do seu código PNR, ou o encontrar na internet, pode saber quem você é, de onde viaja e com quem, seu número de celular, endereço, e-mail, itinerário de viagem, assento e até os números de cartões de crédito”, conta à BBC Mundo Karsten Nohl, especialista em engenharia de informática e criptografia, que trabalha na companhia de segurança alemã Security Research Labs.
A empresa de consultoria acaba de publicar um comunicado alertando o que considera uma “ameaça à privacidade dos viajantes”, que Nohl apresentou em dezembro no Chaos Communications Congress, o maior evento anual da Europa sobre hacking.
O PNR é um código de 5 ou 6 dígitos impressos no cartão de embarque e na etiqueta de cobrança da bagagem.
O que é o PNR?
PNR (Passenger Name Record) é um código de reserva que companhias aéreas utilizam para acessar informações de viajantes.
Está impresso no cartão de embarque e na etiqueta de bagagem.
Também é possível acessar às informações do código através da página na internet da companhia aérea ou dos DGS (Global Distribution Systems), os sistemas de informática para reservas do setor turístico.
Inclui dados pessoais como nome, endereço ou número de telefone do viajante, mas também informações sensíveis e detalhes referentes à reserva.
Nohl pesquisa o assunto há mais de uma década. Ele explica que o sistema é usado desde a era pré-digital, nos anos 70 e 80, e que pouco mudou desde então, apesar dos riscos de ataques de hackers ao gerenciamento das reservas online.
“Apenas com o sobrenome do passageiro, é possível encontrar seu código de reserva na internet sem grande esforço”, disse o Security Research Labs num comunicado.
E o uso desse sistema não se reduz a viagens aéreas. Também é utilizado para reservar quartos de hotel, comprar bilhetes de trem ou alugar carros pela internet.
O mais preocupante, destaca Nohl, é que o sistema não prevê o uso de uma contrassenha. E fica impresso no cartão de embarque e na etiqueta da bagagem.
“O PNR contém muito mais informação pessoal do que a maioria das pessoas pensa. Pode incluir informações sobre com quem viaja, quantos quartos de hotel reservou, que menu pediu no avião ou com que endereço IP (identificação do computador) fez a reserva”, explica à BBC Mundo o escritor e jornalista norte-americano Edward Hasbrouck, autor do livro The Practical Nomad (2001) e consultor no Identity Project, iniciativa voltada para questões de liberdades civis que afetam viajantes.
“Os dados mais delicados são os relacionados à própria viagem: onde vai estar e quando. Essa informação pode ser usada para te espiar e assediar, ou para roubar sua casa quando você não estiver nela”, alerta Hasbrouck, que há 15 anos pesquisa o tema.
“Também há riscos potenciais de roubo de identidade”, acrescenta.
Em relação aos riscos de crime financeiro, o especialista afirma que são “menos sérios” e que afetariam principalmente as agências de viagem e companhias aéreas, e não os consumidores.
Não é recomendado publicar o código nas redes sociais, como no Instagram.
O que podem fazer os viajantes?
Hasbrouck aconselha tratar o código e o localizador de reserva como se fosse uma “senha especialmente delicada”, pois não pode ser modificada.
Isto é o que aconselha o especialista:
Rasgar ou queimar seus cartões de embarque, etiquetas de bagagem e de itinerários e e-mails das empresas aéreas e agências de viagens que sejam impressos e que contenham o código do localizador.
Tirar as etiquetas de bagagem (e escondê-las até que possam ser destruídas) assim que recolher a bagagem.
Nunca compartilhar ou ler em voz alta seu localizador num telefone público. Não o compartilhar com ninguém que não seja sua empresa aérea ou agência de viagens.
Os especialistas destacam a necessidade de medidas no que veem como “um conflito entre segurança e privacidade que a indústria do turismo deve resolver”, nas palavras do próprio Nohl.
A preocupação com a segurança contra ataques e atentados levou a mudanças nos acordos de PNR entre a União Europeia e os Estados Unidos, que permitem a transferência de informação a autoridades como parte da “luta contra o terror”.
Um dos mais polêmicos foi firmado depois dos ataques do 11 de setembro de 2011 em Nova York e permitiu a transferência de dados de longo prazo de passageiros europeus a autoridades norte-americanas.
E há outros atores envolvidos nessa troca de informações, como o Sistema Global de Distribuição (GDS na sigla em inglês), que gerencia as reservas de 90% das passagens aéreas de todo o mundo, englobando três alianças de companhias áreas: uma com base na Espanha, a Amadeus (Air France, Lufthansa, Iberia e Scandinavian Airlines), e duas nos Estados Unidos, a Sabre (American Airlines e IBM) e a Travelport (da união entre Galielo e Worldspan, em 2007).
As possíveis soluções
Para Nohl, uma solução seria proporcionar uma senha aos viajante na hora de fazer sua reserva. Mas alerta que isto levará tempo, pois requer a colaboração das instituições.
De acordo com o criptógrafo, a forma como são escolhidos os códigos PNR nos deixa menos seguros do que qualquer senha de cinco dígitos.
Além disso, tanto o GSD como as páginas na internet das empresas aéreas permitem fazer milhares de reservas através de um único endereço IP, o que põe o comprador em risco.
Hasbrouck diz que seus usuários “devem exigir urgentemente mudanças técnicas às companhias e pedir que sejam reforçadas as leis de proteção de dados”.
Nohl contou à BBC Mundo que “tem tido conversas” com duas das empresas GDS, mas não deu detalhes do que foi discutido.
A reação das companhias é a seguinte:
“Estamos avaliando os resultados das pesquisas sobre a segurança da indústria de viagens e temos tido melhoras. Damos prioridade à segurança dos clientes e dos dados e revisamos continuamente nossos sistemas e processos”, respondeu à BBC Mundo um porta-voz da Amadeus.
“Vamos considerar estas descobertas e trabalharemos juntos com nossos colaboradores para tratar dessas questões e buscar soluções a potenciais problemas”, acrescentou.
O Travelport destacou a “cibersegurança e a privacidade do cliente como prioridades críticas” e afirmou que está fazendo “contínuos investimentos em seus sistemas e se comprometendo com vários atores da indústria para implementar qualquer mudança recomendada em reservas pela internet”.
Timothy Enstice, director de comunicação da Sabre, disse que “o acesso não autorizado a informações de viajantes, através do GDS, é bastante improvável porque temos várias camadas de segurança para restringi-lo”, e destacou que “são outros atores do setor de viagens que devem adotar medidas similares de segurança”.
O que podem fazer com seu PNR pessoas mal-intencionadas?
Existem quatro tipos de abusos potenciais:
Invasão de privacidade: o código contém informação de contato, datas de viagens e preferências e, muitas vezes, os dados de seu passaporte.
Roubo de voos: a maioria das empresas áereas permite trocar seu voo ou até cancelá-lo com seu PNR, tornando possível que um fraudador voe de graça.
Desvio de milhas: ao mudar a informação sobre o viajante na reserva, podem roubar suas milhas aéreas sem comprar outro voo.
Pishing/vishing: os hackerspodem usar práticas fraudulentas de engenharia social (obter informação confidencial) ou acessar seus dados de pagamento ou credenciais.
Fonte: Security Research Labs