Bom dia, a Bolsa de Chicago segue em alta em movimento de correção antes do relatório de oferta e demanda do USDA de quinta-feira (10).
O USDA divulga nesta quinta-feira (10) o relatório de oferta e demanda (WASDE) de agosto. Para a safra de soja dos EUA, expectativa de queda na produtividade e produção, que devem passar de 48 bushels por acre para 47,4 bu.ac-1 e de 4,260 bilhões para 4,203 bilhões de bushels (114,39 milhões de toneladas), respectivamente. No milho, a produtividade deve cair de 170,7 bu.ac-1 para 165,9 bu.ac-1, e a produção deve cair de 14,255 bilhões para 13,81 bilhões de bushels (350,79 mi.t).
A Conab divulga nesta quinta-feira (10) o 11º levantamento da safra de grãos 2016/17 do Brasil.
O USDA reportou ontem a venda de 180.800 toneladas de milho 2017/18 para o México e 206.000 toneladas de soja 2016/17 para destinos desconhecidos.
Fundos compradores ontem estimados em: 10.500 contratos de milho; 6.500 contratos de soja; 4.500 contratos de trigo; 3.000 contratos de farelo de soja. Fundos vendedores estimados em 1.000 contratos de óleo de soja.
O USDA divulgou ontem o relatório de embarques semanais de grãos dos EUA. Os embarques de soja foram de 685,7 mil toneladas, contra 492,5 mil da semana anterior e 1.015 mil do mesmo período do ano passado. Na temporada, os embarques de soja somam 55,09 milhões de toneladas, contra 47,83 milhões do mesmo período de 2016. Os embarques de milho foram de 979 mil toneladas, contra 993 mil da semana anterior e 1.488,5 mil de 2016, acumulando 53,84 milhões de toneladas na temporada, contra 41,7 milhões de 2016.
As condições das lavouras de soja dos EUA melhoraram 1 ponto percentual na última semana, para 60% bom/excelente. Melhoras observadas principalmente nas regiões mais secas, e pioras observadas na região central do Meio-oeste. O florescimento atingiu 90%, contra 88% da média dos últimos 5 anos. A formação de vagens atingiu 65%, contra 62% da média.
As condições das lavouras de milho dos EUA tiveram piora de 1 p.p., para 60% bom/excelente. As condições pioraram nos principais estados produtores da commoditie, como Iowa, Ilinois, Minnesota e Nebraska. O pendoamento atingiu 93%, contra 94% da média. A fase e grão farináceo (R4) atingiu 42%, contra 44% da média. A fase de grão farináceo duro (R5) atingiu 7%, contra 11% da média.
As condições das lavouras de trigo de primavera nos EUA tiveram melhora de 1 p.p., para 32% bom/excelente, contra 68% do ano anterior. A colheita do trigo de inverno alcançou 24%, contra 21% da média dos últimos anos.
Importações de soja da China batem recorde em julho. Dados preliminares mostram importações de 10,08 milhões de toneladas em julho, 31,1% acima de junho e 29,9% acima de julho de 2016.
O dólar opera em baixa frente a outras moedas. Na agenda de hoje: 08:00 IGP-DI Atual -0,30% Projeção -0,44% Prévio -0,96% // 11:00 Ofertas de Emprego JOLTs (Jun) // 17:30 Estoques de petróleo API // 22:30 Inflação China.
No Brasil, a moeda abriu com leve baixa e agora vale R$3,1290, +0,12% (10h20). O governo articula para retomar o andamento das reformas de previdência e tributária. O Banco Central segue sem intervir no mercado de câmbio no mês de agosto. Ontem a moeda fechou praticamente estável, com recuo de 0,003%, a R$3,1253.
O Bitcoin quebrou a marca dos US$3.500 pela primeira vez na história. Alta de 264% em 2017.
As bolsas asiáticas fecharam majoritariamente em baixa após dados fracos da China. O restante das bolsas mundiais operam em baixa. No Brasil, ontem o Ibovespa subiu 1,56%, aos 67.939 pontos, contagiado pelos mercados norte-americanos. Nos EUA, o Dow Jones voltou a renovar máximas históricas ontem, subindo pelo 9º pregão seguido, +0,12%, a 22.118 pontos.
Os futuros do petróleo operam próximo à estabilidade no segundo dia de reunião da OPEP e outros produtores em Abu Dhabi para discussão dos acordos de corte na produção da commoditie.
As importações e exportações da China cresceram bem menos do que o esperado em julho. Importações tiveram alta de 11%, ante expectativa de crescimento de 16,6%, enquanto as exportações cresceram 7,2%, ante 10% esperados. A balança comercial registrou superavit de US$ 46,74 bilhões.
CLIMA
No Brasil, um sistema de baixa pressão sobre o Uruguai e Argentina provoca chuvas até o sul/sudeste do Paraná no dia de hoje.
Previsão de Precipitação Brasil, 24 horas, em milímetros.
Na Argentina, chuvas em boa parte do país hoje.
Previsão de Precipitação Argentina, 24 horas, em milímetros.
Precipitação Observada Argentina, 24 horas, em milímetros.
Nos EUA, tempo predominantemente seco hoje. Nos próximos 5 dias, bons volumes de chuvas em todo o Meio-Oeste com temperaturas mais amenas.
Previsão de precipitação EUA, 24 horas, em polegadas.
Precipitação Observada EUA, 24 horas, em milímetros.
Precipitação Observada EUA, 7 dias, em milímetros.
PRÊMIOS
MATÉRIA DO DIA
Etanol de milho será o próximo combustível do seu carro
Produção do cereal no Brasil deve superar a de soja nos próximos dez anos. O milho-combustível foi um dos assuntos do 16º Congresso Brasileiro do Agronegócio, em São Paulo.
Agronegócio, Gazeta do Povo
A produção de etanol de milho no país ainda acontece de forma esporádica, em usinas do tipo flex.
Até recentemente, produzir etanol a partir do milho, dadas as vantagens competitivas da cana-de- açúcar, parecia apenas uma esquisitice americana, impensável na realidade do agronegócio brasileiro. Nada como uma safra atrás da outra para tudo mudar.
No atual ciclo, o Brasil deve colher pela primeira vez quase 100 milhões de toneladas do cereal em um movimento ascendente que, segundo a Embrapa, não tem volta. A Empresa de Pesquisa Agropecuária projeta que, em 10 anos, o volume de milho produzido no país deverá, inclusive, superar o de soja.
“Até pela necessidade de rotação de cultura entre milho e soja, que é um casamento perfeito, a tendência é de termos uma oferta muito grande de milho pelos próximos anos. Isso impulsiona toda uma indústria de aves e de suínos, além de viabilizar o uso do milho para gerar combustível”, diz Luiz Carlos Corrêa Carvalho, presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag).
Carvalho observa ainda que o processo de produção do etanol de milho gera o DDG (grãos secos por destilação, em inglês), uma opção de qualidade para ração animal. “É toda uma nova agregação de valor quando o milho começa a ganhar escala no Brasil. Daqui para frente a produção de milho para etanol e de soja para biodiesel vai deixar as cadeias de grãos e combustíveis cada vez mais interligadas”, afirmou Carvalho durante o 16º Congresso Brasileiro do Agronegócio, que acontece em São Paulo.
A produção de etanol de milho no país ainda acontece de forma esporádica, em usinas do tipo flex. A realidade muda a partir do próximo dia 11, quando a FS Bioenergia inaugura em Lucas do Rio Verde, no Mato Grosso, a primeira usina de etanol feito exclusivamente de milho. Uma vantagem estratégica do cereal é a possibilidade de estocagem, o que não acontece com a cana-de-açúcar, que exige processamento em um prazo de 24 horas.
Na análise do presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra, o uso do milho para fazer combustível é um caminho interessante para aproveitar os excedentes de produção, ajudando a evitar a pressão dos preços para baixo, “o que sempre é ruim para o produtor”.
Na 16ª edição, o Congresso Brasileiro do Agronegócio, um fórum que reúne as maiores lideranças empresariais do setor, teve como lema “Reformar para competir” e dedicou boa parte da programação a questões políticas que interferem na chamada competitividade “da porteira para fora”.
No painel sobre a reforma trabalhista, um dos palestrantes, Almir Pazzianotto, que tem experiência no Executivo (foi ministro do Trabalho) e no Judiciário (foi ministro do Tribunal Superior do Trabalho), disse que o importante foi meter “o pé na porta do tabu de que era impossível mexer na Consolidação das Leis do Trabalho”.
A reforma aprovada, segundo Pazzianotto, “foi a necessária e possível diante das circunstâncias”. “Mas nós ainda precisamos de uma revolução trabalhista que adapte as regras ao Século 21. Não podemos ter a pretensão de fazer o mundo se adaptar ao Brasil, mas o Brasil precisa se adaptar ao mundo. Precisamos de algo que nunca tivemos, que é uma política para o trabalho”, afirmou.
Novo Macron?
Uma parte significativa dos debates focou na capacidade do atual governo de reunir maioria no Parlamento para tocar novas reformas, seja a da Previdência, a política ou a tributária. O consenso foi de que há muito pouco tempo até que a própria discussão perca sentido, atropelada pelo processo eleitoral.
Para o jornalista Carlos Alberto Sardenberg, que fez a palestra inaugural do congresso, o Brasil vive um momento político em que “o velho foi destruído, mas ainda não se sabe o que será o novo”.
O diretor da Abag Christian Lohbauer diz que as condições favorecem o surgimento de uma variante tupiniquim de Emmanoel Macron, nome desvinculado da política tradicional que ganhou a eleição francesa com um discurso realista, deixando clara a necessidade de reformas.
“Vai governar o Brasil em 2019 alguém que ocupará um espaço político que não é nenhum dos extremos que estão postos hoje. Será alguém com uma visão mais empresarial do mundo, mais pragmática das coisas, a favor da produção. E vamos chegar a isso não pelo planejamento nem pelo brilhantismo, mas pelo colapso do modelo atual”, avalia Lohbauer.